Vila - Do tempo e do seu desenho

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Sobre a Exposição

VILA

VILA: do tempo e do seu desenho cartografa e apresenta as relações entre o tempo e o território, sob a perspectiva da arquitectura, do ordenamento e da construção da paisagem.

São fragmentos em diálogo que prometem levar o público a deambular pela Vila da Ponta do Sol, munindo-o de um olhar mais profundo e multifacetado, num território com características únicas, que põe à prova o conhecimento e as mãos que pensam a Vila. Estes fragmentos são desenhos e textos (re)contextualizados, (re)montados, (re)activados, cuja convivência e diálogo no mesmo espaço desponta um processo de reflexão, de descoberta e de experimentação em volta do desenho urbano.

Remontam-se agora estes elementos para um projecto expositivo que dá a conhecer as obras, as intenções e as vontades a partir de diferentes perspectivas, de diferentes tempos, sensibilidades e pensamentos, (re)posicionando a Vila no centro da discussão, num momento em que se interligam os diversos planos urbanos.

Uma ode a ideias e modelos que nunca o chegaram a ser. Uma invocação a repensarmos a nossa posição. Um apelo a recuarmos e, assim, desaprendermos aquilo que acreditamos já saber. Um desafio de reflexão sobre o futuro por vir.

A exposição percorre um conjunto de tempos, de momentos de desenho e configuração do território e desenvolve-se em três instantes para os quais se abrem as portas da Vila.

O TEMPO

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O TEMPO principia uma reflexão e um primeiro reconhecimento da topografia e da paisagem, das suas transformações, das suas evoluções e inevitavelmente das suas perdas. Aqui estão expostos registos fotográficos antigos em contraposição a registos recentes e recortes de literatura pertinentes ao enquadramento da Vila.

É na oscilação da narrativa aqui montada, nos tempos, nos brancos, nos silêncios que se arrumam e expõem as diversas leituras da Vila.

O SUPORTE

O SUPORTE procura dar a conhecer um outro lado, pretende alertar para a beleza intrínseca da formação topográfica, das condições naturais do sítio, das suas marcas territoriais e de assentamento humano, das condições que principiaram o crescimento das localidades e dos caminhos. Uma maquete do município serve de suporte para falar da composição da paisagem ao mesmo tempo que coloca em evidência o suporte físico, o território, o esqueleto que suporta e molda o desenvolvimento da paisagem. O suporte que revela os gestos do habitar.

A simples observação do imaginado relevo descarnado, revelado pelas curvas de nível, permite-nos construir uma distância de observação. Permite-nos pensar no território como um suporte inicial, uma denúncia da estrutura da Vila no seu devir. Permite-nos pensar na transformação desse mesmo território e na sua evolução.

O DESENHO

O DESENHO pretende assumir-se como plataforma de reflexão e debate da paisagem, do território, da história e da arquitectura expondo ao público acções de transformação da paisagem, transformações passadas, actuais e futuras, transformações que nunca saíram do papel, debatendo e fomentando temas como a reabilitação, o valor da história e o desenho da paisagem.

É um momento em que se experimenta uma abordagem ao território urbano, através de uma análise da sua evolução a vários tempos históricos e é na evolução previsível que se antecipa o desenho futuro da mancha urbana dando pistas dos caminhos que se querem trabalhados para redireccionar a Vila de volta ao centro.

A informação exposta é nota bastante para se entender que, neste caso, as acções do passado configuraram algo próximo de um projecto urbano, que é agora fomento para um arquivo de um processo projectual de elevado interesse, contraditório e provocador. A partir de uma visão panorâmica sobre o desenvolvimento da Vila, simultaneamente histórica e contemporânea, constrói-se uma perspetiva territorial, urbana e arquitetónica, que procura enquadrar as interrogações e desafios do presente e criar os fundamentos para a discussão do futuro.